sexta-feira, 15 de julho de 2011

15-07-2004, o dia do maior jogo da minha vida!

Walter Miro

Hoje, há exatamente sete anos, aconteceu sem qualquer comparação, o maior jogo da história do futebol mundial para um torcedor Alvi-azulino, eu. E neste dia tão especial, a Mala Esportiva não poderia deixar passar em branco o aniversário do Acesso de 2004.

Naquele dia, estava em disputa o quadrangular final do Campeonato Pernambucano da Segunda Divisão, e foram disputadas as partidas entre Ypiranga x D. Vitória, em Santa Cruz do Capibaribe, além de Ramalat x Vera Cruz, em Ouricuri.

Em mais de 73 anos de história, poucas vezes o Ypiranga foi capaz de comover tantos torcedores em torno de uma causa. Depois de amargar "quase acessos" em anos anteriores, a Máquina entrou em campo dependendo de uma simples vitória para voltar à Elite Estadual.

Mas quem disse que veio fácil assim a volta da Máquina para a primeira divisão? O Azulão Sulanqueiro recebeu o Tricolor das Tabocas, em um dia chuvoso, talvez o mais chuvoso daquele ano, os torcedores se espremeram em um dos maiores públicos da história do Ypiranga, jogando no Estádio Otávio Limeira Alves (foram divulgados 4.350 pagantes, mas certamente mais de 5.000 pessoas estiveram presentes, hoje cabem mais de 7 mil pessoas no Limeirão).

Vamos aos poucos lances que minha mente terá capacidade de lembrar. Logo no início do jogo, o Ypiranga abriu o placar (não lembro-me com quem), mas antes dos 20 minutos da etapa inicial, o Vitória já havia virado o jogo, em uma noite inspirada do zagueiro Freitas, que havia jogado na Máquina no ano anterior. Durante o intervalo daquela partida, diante do cenário, todos se perguntavam se mais uma vez o Ypiranga iria ficar pelo caminho.

Mas mesmo diante das adversidades, naquela noite nada poderia dar errado e debaixo de muita chuva os times voltaram para o jogo, mesmo desconfiados, os torcedores incentivaram a Máquina do Interior como poucas vezes na história.

De pênalti, Bibi empatou o jogo aos 26 da etapa final e aos 39, Fabinho fez um dos gols mais importantes da história do Azulão, enquanto a bola estava na área após a indecisão de uma cobrança de escanteio mal feita, ele com o pé esquerdo, decidiu a partida. Anos depois vejo que aquele chute poderia ter colocado a perder todo o planejamento do ano, mas realmente nada poderia dar errado naquela noite.

Fabinho arrancou o grito de gol do torcedor, o grito eufórico de "É campeão!", antes mesmo do título ser conquistado, algo que dias depois foi feito, em uma tarde brilhante (e única) de Pantico na distante Ouricuri.

Particularmente eu festejei como nunca havia feito antes, o acesso do Ypiranga, depois de anos, o time voltou a elite do futebol pernambucano, chorei copiosamente abraçado ao meu pai, que mesmo sendo Rubro-negro, me acompanhou no choro de alegria e na invasão ao gramado do Limeirão.

E vejo também anos depois que muito foi feito, o momento é de alegria e risos, mas esta postagem além de comemorativa serve para lembrar aos dirigentes da Sociedade Esportiva Ypiranga Futebol Clube, da responsabilidade que eles têm, pois certamente não só eu me senti grande naquele dia e depois pequeno depois de um rebaixamento moral anos depois.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Walter Miro, realmente foi um dia emocionante. Há, para mim, outras comemorações e lembranças do dia 15/07. Pois também é aniversário do meu único sobrinho, Ryan, que completou 10 anos ontem.
Em 2004, havia completado 3 anos.
Mas você resgatou a data, pois eu não me recordava que havia sido nesta coincidência.
Neste dia, assisti ao jogo na laje da casa de Sabi, pois não tinha grana pra pagar a entrada no estádio. Também era dali que teve o foguetório quando a Máquina entrou em campo. De lá apareceram alguns torcedores da Desportiva Vitória, acho que quatro, que haviam sido enganados pelo prefeito de Vitória da época, dizendo que ele já havia comprado os ingressos para a torcida. Sabi os acolheu na laje e assistimos ao jogo "abraçados com o inimigo".
Foi um jogo tenso da laje, pois comemorei o primeiro gol discretamente, com medo de reações adversas, afinal não conhecíamos os nossos colegas. Depois da virada do Tricolor das Tabocas e bastante euforia deles, aí que ficamos mais acuados.
No fim estávamos consolando os garotos que só queriam torcer pelo seu time do coração. A partir daí, em solidariedade aos meus novos e breves amigos, afinal, nunca mais eu os vi e acredito que Sabi também não, torci para que o segundo colocado fosse a Desportiva. E a minha torcida foi feliz. Ypiranga e Desportiva Vitória subiram naquele ano.
Lembro também das palavras de Sabi: "foram três anos seguindo esse time para todo lugar, do litoral ao sertão, para onde ele ía, com esse objetivo"

Estas são minhas memórias, Grato.

Ulisses Nascimento

ps: sinta a vontade para caso queira publicar este texto em eu blog.