sexta-feira, 15 de julho de 2011

Série C começa amanhã com críticas dos participantes

Lancepress!

Começa neste sábado a Série C do Brasileirão: 20 clubes – alguns tradicionais e com grande torcida em seus estados, como Fortaleza, Paysandu e América-RN – brigam por quatro vagas para a Segundona em 2012. Só que além da disputa acirrada, a competição segue desvalorizada e os clubes penam para participar.

Para começar: nesta edição a CBF cancelou a ajuda de custo que seria dada aos concorrentes, pois a mesma estava condicionada à transmissão pela TV Brasil. Como a emissora desistiu de transmitir a competição, os clubes precisam arcar com as despesas de alimentação, hospedagem e passagens aéreas durante a disputa. Com isso, os dirigentes têm de se virar para fazer caixa, recorrendo aparcerias locais, com governos municipais e estaduais e a venda de revelações e destaques das equipes.


– Em vez de receber ajuda, pagamos para jogar a Série C. Atrapalhou todo o planejamento. A CBF inventa uma competição, faz a tabela, não está nem aí para os clubes – disse Natal Xavier, presidente do Rio Branco.

No caso do clube acreano e dos demais integrantes do Grupo A, a questão do transporte é ainda mais complicada. Apesar de ser uma competição regionalizada, em razão das grandes distâncias entre as cidades da Região Norte os clubes terão de percorrer as maiores distâncias.

– Só uma viagem poderá ser feita por terra, as demais são aéreas. Buscaremos ajuda do governo do estado – disse o presidente do Águia de Marabá (PA), Sebastião Ferreira, o Ferreirinha.

O mandatário do Águia disse que foi criada grande expectativa no clube com a possibilidade de receber a verba da CBF para atenuar os custos com o transporte. Caso não tenha a ajuda do governador paraense, o dirigente disse que um plano C terá de ser viabilizado.

– Se o governo do estado negar nosso pedido, vamos apelar para o povo. Partiremos para eventos na sociedade, contando com a torcida – diz o dirigente, sonhando em garantir uma das quatro vagas para a Série B, competição que tem apoio da CBF e cota de TV, um oásis para os clubes da quase esquecida Terceirona.

COM A PALAVRA

Natal Xavier, presidente do Rio Branco-AC
"Está uma porcaria. Não sabemos nem onde vamos estrear. Os R$ 450 mil que recebemos do governo do estado, que iriam só para o futebol, serão usados também nas despesas com passagens, estadia e alimentação. O preço está sendo ainda mais alto para nós, que percorremos as maiores distâncias na competição.

Existe um interesse da CBF de que não subamos, para não arcar com nossos custos de viagem. Escalam árbitros de locais próximos àqueles onde jogamos e nos prejudicam. Quando jogávamos duas vezes na semana, os atletas dormiam no voo, pediam para não jogar pois não aguentavam. Foi traumático"

Dificuldades que os clubes enfrentam na Série C

Calendário - Embora o campeonato comece neste final de semana, algumas partidas ainda estão sem local definido.
Deslocamento - Como a competição envolve clubes de diversas regiões do Brasil, as entidades têm um custo alto com o deslocamento e não possuem apoio financeiro da CBF para cobrir os gastos.
Direitos televisivos - Os clubes tiveram que negociar por si mesmos os direitos de TV e não tiveram muito sucesso, deixando de ganhar uma quantia significativa.
Falta de recursos - Sem condições de arcar com todos os gastos, os clubes dependem de venda de jogadores, dinheiro do bolso dos próprios dirigentes e sócio-torcedor.

Regulamento

Primeira fase - 20 clubes são divididos em quatro grupos com cinco equipes cada, com jogos de turno e returno. Os dois primeiros colocados passam para a próxima fase.
Segunda fase - Jogam-se dois quadrangulares, onde o primeiro colocado de cada grupo se classifica para disputar a final.
Acesso - Garantem vaga na Série B de 2012 o campeão e o vice-campeão da Terceirona e os segundo lugares de cada grupo do quadrangular final.
Rebaixamento - Quatro equipes serão rebaixadas. Irão disputar a Série D de 2012 os últimos colocados de cada um dos quatro grupos da primeira fase.

Nenhum comentário: