Fotos e matéria: Globoesporte.com
Ao longo da carreira, Falcão jamais tinha sofrido uma lesão grave no joelho. Ao longo da partida de domingo, Franklin não tinha colocado os pés dentro da quadra. Com o drama de um e a glória do outro, a Copa do Mundo de Futsal da Fifa, enfim, escreveu um roteiro com final feliz para o Brasil. A vitória sobre a Espanha, nos pênaltis, recoloca o verde-amarelo no topo.

Com uma bolsa de gelo no joelho esquerdo a partir do segundo tempo, quando levou uma pancada, Falcão viu do banco a grande conquista de sua geração. No tempo normal, um tenso 2 a 2. Nos pênaltis, graças a duas defesas de Franklin, que substituiu o titular Tiago, a seleção brasileira desbancou os carrascos espanhóis, levantou a taça e chegou ao hexa mundial.
Os 10 mil torcedores que foram ao Maracanãzinho no domingo vibraram com o roteiro inverso ao de 2004, quando os espanhóis eliminaram o Brasil na semifinal, também nos pênaltis, após um 2 a 2 no tempo normal. Agora é festa.
Vinte minutos antes de o jogo começar, o técnico PC de Oliveira já estava de pé à beira da quadra e parecia prever o drama. Ele mandou para o jogo o mesmo quinteto usado ao longo do torneio, com Tiago, Gabriel, Schumacher, Lenísio e Marquinho. Na arquibancada, dava para contar nos dedos as cadeiras vazias. Munida de canudos infláveis, a torcida brasileira fazia muito barulho, enquanto os cerca de 30 espanhóis mal eram percebidos no ginásio.
Início marcado pelo equilíbrio
A partida começou equilibrada e com muita marcação nos dois lados. Aos poucos, o Brasil começou a encaixar jogadas de ataque. Tiago fez apenas uma defesa nos primeiros minutos, saindo nos pés de Javi Rodriguez, enquanto o espanhol Amado começava a ter muito trabalho.
A partida começou equilibrada e com muita marcação nos dois lados. Aos poucos, o Brasil começou a encaixar jogadas de ataque. Tiago fez apenas uma defesa nos primeiros minutos, saindo nos pés de Javi Rodriguez, enquanto o espanhol Amado começava a ter muito trabalho.
Na marca de 16 minutos, sob os gritos de “Uh, tá maneiro, o Falcão é artilheiro”, o melhor jogador do planeta foi para o jogo. Àquela altura, ele não imaginava que terminaria a partida no banco. Tanto que respondeu à torcida em grande estilo. Aparecendo de surpresa dentro da área, Falcão quase fez um golaço de calcanhar, mas Amado salvou com o braço.
Enquanto a pequena torcida espanhola permanecia imóvel, a brasileira voltava a cantar. A resposta na quadra veio com Schumacher. A 11m24s do fim, ele tabelou com Lenísio e chutou por cima do gol. Dois minutos depois, bateu forte de longe e forçou boa defesa do goleiro rival.

A primeira grande chance desperdiçada pelo Brasil veio pelos pés de Vinícius, que recebeu excelente passe de Falcão e chutou em cima de Amado.
Arbitragem, mais uma vez, irritou
Mais acostumados a apitar no campo do que no futsal, os árbitros Karoly Torok, da Hungria, e Fabian Lopez , da Colômbia, irritavam as duas equipes. Na quadra e nos bancos, o clima era de reclamação constante. Até o fim do primeiro tempo, o cenário não se alterou: mais posse de bola para o Brasil, contra-ataques esporádicos da Espanha.
Mais acostumados a apitar no campo do que no futsal, os árbitros Karoly Torok, da Hungria, e Fabian Lopez , da Colômbia, irritavam as duas equipes. Na quadra e nos bancos, o clima era de reclamação constante. Até o fim do primeiro tempo, o cenário não se alterou: mais posse de bola para o Brasil, contra-ataques esporádicos da Espanha.
Na volta para a segunda etapa, os ferrolhos defensivos funcionaram. Mas não por muito tempo. A 15m45s do fim, Marquinho cobrou escanteio, a bola desviou no rosto de Borja e foi direto para o fundo da rede de Amado. Explosão da torcida no Maracanãzinho, Brasil 1 a 0.
Da felicidade ao drama
A alegria do gol logo deu lugar à angústia. Após receber uma pancada no joelho esquerdo, Falcão passou a jogar no sacrifício. Mesmo mancando, ele não afrouxava na defesa.
A alegria do gol logo deu lugar à angústia. Após receber uma pancada no joelho esquerdo, Falcão passou a jogar no sacrifício. Mesmo mancando, ele não afrouxava na defesa.
O cenário piorou quando o relógio chegou à marca de 12 minutos. Gabriel falhou na cobertura, e Torras encheu o pé, acertando o ângulo de Tiago. O empate calou o ginásio.
Falcão não agüentou. Com o joelho enfaixado e uma toalha sobre a cabeça, ele quase chorava no banco. O Brasil tinha Vinícius, que perdeu um gol feito, dentro da área, com o goleiro batido. O chute saiu torto, para fora, mas era só uma prévia.
Na marca de 3m37, o mesmo Vinicius foi premiado pela insistência. Após um bate-rebate na área, ele fuzilou o gol de Amado e colocou o Brasil na frente outra vez: 2 a 1. Na comemoração, emocionado, correu para o banco e apontou para Rogério e Carlinhos, que não foram escalados no domingo.
Sem Falcão, mas empolgado com o gol, o Brasil tentou segurar a pressão. Não conseguiu. A 1m32s do fim, Álvaro mostrou oportunismo e empurrou a bola para a rede. Foi um balde de água fria na torcida. Com a prorrogação pela frente, o Maracanãzinho mergulhou em silêncio.
No primeiro tempo do período extra, a torcida se manteve apreensiva. Lenísio teve boa chance no minuto final, mas chutou por cima. Na seqüência, Tiago salvou o Brasil ao defender com o pé um chute adversário.
Schumacher abriu o segundo tempo com uma bomba de longe, mas Amado espalmou a escanteio. A partida seguiu tensa até o fim, com poucas chances de gol. Com a bola rolando, 2 a 2. Nos pênaltis, lembranças ruins para o Brasil, que perdeu dessa forma para a própria Espanha na semifinal de 2004. Roteiro idêntico até o fim? Não desta vez.
Para começo de conversa, o Brasil trocou de goleiro. Tiago deu lugar ao experiente Franklin, que ainda não havia jogado na final deste domingo, mas tinha dois Mundiais na bagagem.
Quem abriu a série foi Marquinho, com um chute forte e certeiro. Kike empatou em seguida, Wilde fez 2 a 1 para o Brasil, e Ortiz igualou novamente.
Quando Ciço colocou o Brasil à frente de novo, brilhou a estrela de Franklin. O goleiro caiu para a esquerda e pegou o chute de Torras. Lenísio cobrou com categoria, e Álvaro diminuiu novamente. Ari teve a chance de fechar a série, mas chutou para a defesa de Amado.
Nos pés de um brasileiro, a última esperança espanhola
O destino espanhol, ironicamente, caiu nos pés do brasileiro Marcelo. E ele perdeu a batalha para outro brasileiro, que estava embaixo das traves. Pelas mãos de Franklin, a equipe verde-amarela fechou a série em 4 a 3.
A festa tomou conta da quadra e das arquibancadas. Com a cabeça quente, Javi Rodriguez ainda tentou arrumar tumulto, mas os brasileiros não caíram na provocação. Falcão, criticado pelo capitão espanhol na véspera, foi eleito o melhor jogador da Copa.
E o Brasil voltou a fincar sua bandeira no topo do futsal mundial.
O destino espanhol, ironicamente, caiu nos pés do brasileiro Marcelo. E ele perdeu a batalha para outro brasileiro, que estava embaixo das traves. Pelas mãos de Franklin, a equipe verde-amarela fechou a série em 4 a 3.
A festa tomou conta da quadra e das arquibancadas. Com a cabeça quente, Javi Rodriguez ainda tentou arrumar tumulto, mas os brasileiros não caíram na provocação. Falcão, criticado pelo capitão espanhol na véspera, foi eleito o melhor jogador da Copa.
E o Brasil voltou a fincar sua bandeira no topo do futsal mundial.

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