Gazeta Esportiva
Primeiro jogador negro a vestir a camisa da seleção italiana, o meia do Palermo, Fabio Liverani, se disse envergonhado com os recentes casos de racismo contra imigrantes acontecidos no país. Para o jogador, parece que a Itália “voltou 60 anos atrás”, fazendo uma referência clara ao fascismo.
“Parece que voltamos uns 60 anos para trás. E o nível da violência sobe. Quando era mais jovem sofri alguns episódios de racismo, mas eram essencialmente verbais. De qualquer forma é uma coisa inadmissível, que deve ser reprimida rapidamente, mesmo a ignorância sendo uma doença difícil de ser derrotada”, afirmou o jogador.
Liverani nasceu no bairro romano de Tor Bella Monaca, onde na última quinta-feira um imigrante chinês foi insultado e agredido enquanto esperava um ônibus.
“Justamente quando temos a sensação de que estamos indo para frente, que há mais civilidade, certos episódios nos fazem voltar atrás. Rodei toda a Itália, aqui em Palermo não há racismo”, ressaltou Liverani.
Recentemente, o goleiro Abbiati, do Milan, admitiu em entrevista ao jornal Gazzeta Dello Sport que concorda com alguns valores do fascismo e disse ainda que é preciso parar de tratá-lo como uma mancha na história da Itália.
Abbiati não é o primeiro caso de jogador que tenha mostrado em público seu apoio ao regime dos Camisas Negras. O também italiano Paolo di Canio, ex-capitão da Lazio, provocou polêmica quando saudou a porção fascista da torcida da equipe no Estádio Olímpico de Roma.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
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