terça-feira, 27 de julho de 2010

AFA confirma que Maradona não é mais o técnico da Argentina

Globo Esporte

A Associação do Futebol da Argentina (AFA) não renovará o contrato de Diego Maradona como técnico da seleção nacional, informou o porta-voz da entidade, Ernesto Cherquis Bialo, nesta terça-feira. Sergio Batista assumirá como treinador interino para os amistosos contra Irlanda e Espanha. Já Carlos Bilardo seguirá como diretor de futebol. O favorito para o cargo é Carlos Bianchi, ex-técnico do Boca Juniors.

- Com todos os seus integrantes e por unanimidade, o Comitê Executivo da AFA decidiu não renovar o contrato de Maradona - afirmou Bialo em uma breve entrevista coletiva que concedeu na sede da entidade.

Ao explicar a decisão, Bialo comentou apenas que "entre os requerimentos" de Maradona e as possibilidades da AFA de atendê-los havia "uma enorme diferença". Como uma das condições para permancer no cargo, Maradona havia exigido a manutenção dos seus amigos na comissão técnica da seleção. O técnico também pediu que o ex-jogador Oscar Ruggeri, desafeto de Julio Grodona, presidente da AFA, também trabalhasse na seleção.

Segundo Bialo, a escolha do novo técnico não é um tema que será tratado nesta terça-feira.

- Não existem nomes (para o futuro técnico) na imaginação de nenhum dos dirigentes que participaram hoje na reunião - destacou o porta-voz antes de assegurar que Maradona pode retornar:

- Terá todas as portas desta casa sempre abertas - afirmou.

Maradona, campeão mundial em 1986 como jogador da Argentina, assumiu a seleção como técnico no final de 2008 após a demissão de Alfio Basile por motivos nunca esclarecidos publicamente e em plenas Eliminatórias para a Copa da África do Sul.

A passagem de Maradona foi marcada por altos e baixos. A Argentina esteve muito próxima de ficar fora do Mundial e precisou de duas vitórias pela vantagem mínima - 2 x 1 no Peru e 1 x 0 no Uruguai - para se classificar na última rodada.

Durante a competição na África do Sul, no entanto, os argentinos começaram jogando muito bem, o que rendeu o rótulo de favoritos, mas a Alemanha freou o ímpeto de Messi e companhia com uma goleada por 4 x 0 nas quartas de final.

O técnico também se envolveu em polêmicas. A primeira foi a renúncia do meia Juan Román Riquelme à seleção, argumentando que não tinha "os mesmos códigos nem a mesma forma de pensar que Maradona", que dias antes havia feito uma crítica futebolística ao jogador do Boca Juniors-ARG.

No final de 2009, foi punido com dois meses de suspensão pela FIFA, depois de atacar a imprensa com gestos obscenos ao conseguir a classificação para a Copa.

Também teve atritos com Carlos Bilardo, e em maio deste ano, antes do Mundial, negou ter conspirado em 2008 para ficar com o cargo de Basile, como chegou a afirmar o filho do antecessor de Maradona.

Embora nunca tenha havido certezas, o mundo futebolístico argentino assegura que Riquelme se referia a essa suposta conspiração quando renunciou à seleção.

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