Jornal do Commercio
O irmão do bicampeão mundial de boxe Arturo Gatti, 37 anos, Fabrizio Gatti, chegou ao Recife nessa terça-feira para acertar os detalhes do traslado do corpo do atleta para o Canadá. Utilizando um esquema de segurança, ele driblou a imprensa e saiu do Instituto de Medicina Legal (IML) em silêncio.
A jornais canadenses, parentes da vítima disseram acreditar que a esposa de Arturo, Amanda Carine Barbosa Rodrigues, 23, é responsável pela morte dele. Os parentes também disseram que vão lutar pela guarda do filho do casal, um bebê de 10 meses.
Fabrizio chegou por volta das 16h ao IML, acompanhado de um parente, de funcionários da embaixada canadense e de seguranças. Em um processo muito rápido, ele fez o reconhecimento do corpo e saiu em um táxi. Para confundir jornalistas, um veículo saiu primeiro com seguranças, desviando a atenção dos repórteres e possibilitando a saída de Fabrizio sem ser visto. De acordo com o site do jornal canadense The Globe and Mail, Fabrizio disse que traria, junto com o corpo do irmão, o filho de Arturo. Como a mãe está presa, o menino, Arturo Jr. está com os pais dela.
O padrasto de Arturo, Gerardo di Francesco, disse que ouviu Amanda ameaçar o marido durante uma briga no mês passado. “Eu a ouvi dizer: ‘Eu mato você um dia, mato você’”, afirmou o parente ao veículo canadense. Segundo ele, a mãe do boxeador estava com medo de que Arturo viesse ao Brasil com esposa.
O crime aconteceu na madrugada de sábado, na área de flat do Hotel Dorissol, em Porto de Galinhas, Litoral Sul do Estado. Para a Polícia Civil, Amanda aproveitou que o marido estava bêbado para matá-lo por esganamento e com pancadas na cabeça.
O advogado dela, Célio Avelino, entrou ontem com pedido de relaxamento de prisão no Fórum de Ipojuca. A juíza Ildete Veríssimo remeteu o processo ao Ministério Público e só deve decidir se Amanda responderá o processo em liberdade após o órgão se manifestar.
O cadáver do pugilista foi para o Cemitério Morada da Paz, onde seria embalsamado. “O esquema será parecido com o adotado com os corpos do acidente da Air France”, disse o proprietário do cemitério, Guilherme Lithg. O corpo vai de avião para São Paulo e será desembarcado no Aeroporto Internacional, na cidade de Guarulhos. De lá, será levado para a Clínica Aespe.
Segundo a proprietária da empresa, Yara Tamelini, ainda não há prazo para o cadáver seguir ao Canadá. “É um processo burocrático, mais do que de repatriar uma pessoa viva, que exige vistos e documentos”, afirmou.
Reconstituição
A Polícia Civil de Ipojuca afirmou que vai fazer a reconstituição do assassinato de Arturo Gatti na próxima semana. “Temos um prazo curto para concluir o inquérito e precisamos adiantar esse processo o mais rápido possível, mas não depende só da gente”, disse o delegado Paulo Alberes.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
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