Valeram a pena todas as críticas recebidas, ver Pelé trocar Michael Jordan por Jackson, aguentar calados as críticas ferrenhas de Madrid, Tóquio e Chicago, afinal de contas em 2016, pela 1ª vez na história, uma edição dos Jogos Olímpicos de Verão da Era Moderna serão realizados na América do Sul, mais precisamente, no Brasil, mais precisamente ainda, no Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa!
O Rio de Janeiro conquistou o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016, que, pela primeira vez, serão realizados na América do Sul, depois de derrotar a capital espanhola, Madri na votação final dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) em Copenhague.
"Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 serão organizados pelo Rio de Janeiro", declarou o presidente do COI, o belga Jacques Rogge, dando o início a festa da delegação brasileira e de toda a população no país.
"É espetacular!", declarou o governador Sérgio Cabral, enquanto que o Rei Pelé não conseguia conter as lágrimas.
"Estou tão feliz, mas tão feliz que não consigo parar de chorar!", declarou o maior jogador de todos os tempos, enquanto que, em Copacabana, no Rio, a multidão explodia de alegria ao ritmo de samba.
O presidente Luiz Inacio Lula da Silva também não conseguia conter a emoção.
"O Brasil precisava dessas Olimpíadas e merecia esta oportunidade. Este povo merecia essa oportunidade", afirmou Lula, que chorou abertamente antes de fazer uso da palavra na coletiva de imprensa conjunta com as principais autoridades do Rio de Janeiro e do presidente do COI, Jacques Rogge.
"Chorei agora porque não tive coragem de chorar na hora da apresentação", desculpou-se Lula, despertando uma risada geral.
"Sempre achei que havia algo que faltava para o Brasil. (...) Por termos sido colonizados, tínhamos a mania de ser pequenos, de não sermos importantes", comentou o pernambucano, acrescentando que o Brasil, décima economia mundial e com 190 milhões de habitantes, está conquistando o lugar que lhe corresponde no mundo.
Até agora somente três países, Alemanha, com os Jogos de Munique-1972 e o Mundial-1974, o México, com os Jogos de 1968 e o Mundial de 1970, e os Estados Unidos, com o Mundial-1994 e os Jogos-1996 de Atlanta, haviam organizado os eventos mais importantes do mundo do esporte de forma consecutiva.
Contra todos os prognósticos, depois da aparição do presidente norteamericano Barack Obama, Chicago, considerada a favorita junto ao Rio, foi eliminada logo na primeira rodada de votação ao obter o menor número de votos, seguida por Tóquio.
A Cidade Maravilhosa saiu assim vitoriosa depois de uma intensa campanha de lobby em Copenhague, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por Pelé e por nomes como o escritor Paulo Coelho, que prometeu plantar uma bananeira em Copacabana caso o Rio vencesse a disputa e o tenista Gustavo Kuerten.
A exposição brasileira convenceu completamente os membros do COI, que deixaram de lado argumentos negativos como a grande falta de segurança do Rio, apontados a todo instante pelas candidaturas de Madri e Chicago, onde uma revista norteamericana chegou a produzir uma matéria especial publicada no último domingo, chamando o Rio de Janeiro de "uma cidade governada por gangues".
A metrópole carioca contou a todo com o grande apoio popular, suas belezas naturais e a experiência que teve com os bem sucedidos Jogos Pan-Americanos de 2007, além do Mundial de Futebol de 2014 que o Brasil organizará dois anos antes dos Jogos.
A cidade, dessa maneira, escreve uma nova página na história de todo o continente, enquanto que os grandes perdedores da disputa foram, sem dúvida, Chicago e Obama, cuja presença de última hora em Copenhague representava uma grande esperança para a cidade americana.
Tóquio, durante muito tempo liderando os prognósticos por seu projeto técnico e garantias financeiras públicas, tinha a esperança de voltar a organizar os jogos, depois de já tê-lo feito em 1964.
Madri, que competia pela terceira vez e pela segunda consecutiva depois de perder os Jogos de 2012 para Londres, convenceu muitos delegados com seu entusiasmo e com a presença de seus astros esportivos para chegar à final, apesar das poucas possibilidades de a Europa voltar a ser escolhida como sede olímpica tendo os jogos naquele continente quatro anos antes.
No clima de euforia, o presidente Lula chegou a brincar dizendo que havia conversado com Obama e o aconselhado a ir à Dinamarca: "Quando eu estava no G-20, convidei o Obama para vir pra cá, e ele disse 'não, minha esposa é quem vai, pois uma mulher vai sensibilizar mais os homens'. Eu falei,'"se você não for eu vou ganhar, hein?'. Quis Deus que nós ganhássemos mesmo com a presença dele aqui", disse Lula.
Ainda no clima de brincadeira, Lula complementou: "Depois de 2016, vamos brigar por uma Olimpíada de Inverno! Eu pensava que não tinha mais motivo para ter tanta emoção. Porque já participei de tanto evento, encontrei tantas personalidades. De repente eu era o mais chorão de todos que estavam ali."
Depois, mais sério, Lula pediu desculpas aos concorrentes: "Peço desculpas ao Obama (EUA), ao Zapatero (Espanha) e ao Hatoyama (Japão) por eu estar feliz e eles tristes. Mas eu já fiquei triste muitas vezes. Eles valorizaram muito a nossa disputa".
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