quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Rúgbi brasileiro sente impulso olímpico e pega França de olho em 2016

UOL

A Seleção Brasileira de rúgbi ainda tem atletas que pagam para jogar, mas a realidade começou a mudar assim que foi confirmada a recomendação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de incluir a modalidade no programa olímpico a partir de 2016. O investimento cresceu, o profissionalismo ficou mais próximo e já há até um projeto para os Jogos, que começa com os amistosos com a França neste mês em São Paulo.

Potência do rúgbi e quinta colocada do ranking mundial atualmente, a França não veio ao Brasil com sua seleção principal, mas com o terceiro time, que na verdade é o combinado das mais de 1.000 equipes amadoras que existem no país. Mesmo assim, seria o equivalente a uma seleção número 15 do mundo, segundo o treinador francês da Seleção Brasileira, Pierre Paparemborde.

Brasil e França "C" se enfrentam nesta quarta-feira, às 20 horas, no estádio de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. Mas, no último sábado, as duas seleções se encontraram em São José dos Campos, a capital brasileira do rúgbi, segundo Pierre. Os franceses ganharam por 36 x 3, na partida comemorativa ao Ano da França no Brasil.

"Foi como perder por 4 x 1 no futebol", explicou o técnico Pierre, que ressaltou a surpreendente resistência dos brasileiros, exaltada até mesmo pelos adversários. "O resultado não disse o que foi o jogo", analisou. Além da troca de experiências com os franceses, as partidas também servem para definir o grupo de 20 atletas que vão se preparar para o Sul-Americano de 2010 e os Jogos Pan-Americanos de 2011.

Mas a partida entre Brasil e França é disputada com 15 para cada lado, a versão mais antiga e complexa do rúgbi. A modalidade que deverá ir para as Olimpíadas é a com sete atletas. A diferença entre uma e outra é grande, mas Pierre explicou que alguns jogadores podem ser aproveitados nas duas formas de jogo.

"O de 15 é mais estratégico, técnico e tem aqueles caras mais fortes, que não atuam no de sete porque, com menos jogadores, é preciso mais agilidade e velocidade", afirmou Pierre. Mas o técnico lembrou que aqueles que atuam na linha de defesa no rúgbi de 15 são capazes de competir com equipes reduzidas.

Por isso, na partida de 15 para cada lado contra a França, os defensores serão especialmente observados, já que o Sul-Americano está marcado para janeiro de 2010 e será o começo do "projeto Olimpíadas".

"O amistoso já vai servir para observar quem tem mais aptidão de disputar o de sete e para definir o grupo dos 20 selecionáveis", confirmou Pierre, que fez uma comparação da versão reduzida com a original: "É como se fosse o vôlei de praia em relação ao de quadra. E é muito mais fácil disputar um título internacional no rúgbi de sete".

De qualquer maneira, a inclusão do rúgbi de sete no programa olímpico está mudando todo o cenário da modalidade no Brasil. "O rúgbi está pegando visibilidade com isso, e estamos profissionalizando toda a parte administrativa. Com novos investidores, teremos R$ 500 mil no ano que vem, duas vezes o orçamento de hoje. O desenho está bom, a coisa está linda, e agora é só trabalhar", completou o treinador.

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