terça-feira, 28 de abril de 2009

Moradores estão indecisos com apoio à Rio 2016

Terra

O apoio à campanha para que os Jogos de 2016 sejam no Rio de Janeiro parece não acompanhar o nível dos investimentos feitos pelo Comitê Olímpico Brasileiro no projeto até então. O principal público alvo do COI, formado pelos mais jovens, é o mais entusiasmado com a possibilidade da realização da maior festa esportiva do planeta na capital fluminense. Entretanto, a desconfiança em relação à capacidade do governo em entregar uma Olimpíada da maneira que promete, parece ser geral.

"Seria bom, mas acho que o Rio não está preparado e acho difícil estar até lá. O governo não vai investir em tudo que é necessário. A violência e os assaltos podem manchar a imagem da cidade", diz Jade Lins, 18 anos. Seu irmão, o ex-atleta júnior do Flamengo Yuri Lins, 22 anos, é a favor do Rio 2016, mas com ressalvas.

"Eu apóio a candidatura sim, mas o governo não pode abandonar os investimentos que fizer neste projeto, assim como fez com o legado do Panamericano. As instalações são pouco ou mal utilizadas e ninguém se preocupa em investir no principal que é a formação de atletas"
, lamenta.

A estudante Melissa Levy, 20 anos, é mais uma que torce pelo projeto, mas se diz descrente em função da má administração de recursos. "É claro que eu gostaria de ver uma Olimpíada na minha cidade, mas é preciso que o governo realmente se comprometa em cumprir o que promete. Tempo existe e dinheiro também, mas tem que ser aplicado da maneira correta", ressalta.

O sociólogo Eduardo Lamas, 37 anos, é mais radical ao defender a oposição ao Rio 2016 e, ao contrário do que vêm pedindo o COB, o Comitê Organizador e os governos municipal e estadual, diz que vai se vestir de preto nesta sexta-feira, quando os integrantes da Comissão de Avaliação visitarão as instalações esportivas. "Estão pedindo que os cariocas vistam verde e amarelo no dia primeiro. Eu, mesmo sozinho, estarei de preto, de luto por toda a roubalheira descarada das autoridades deste país com a nossa ingênua contribuição", dispara.

Assim como ele, a dona-de-casa Carmem Aguiar, 43 anos, não acredita na capacidade do Rio em sediar um evento do porte de uma Olimpíada. "O Rio de Janeiro não tem condições nem de resolver problemas básicos como o trânsito complicado em dias de chuva. Imagina se vão ter condições de organizar uma Olimpíada", reclama ela, que mora nas proximidades do Maracanã.

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